Parceria Wink e iDEXO
Texto: Mateus Carneiro, Cofundador e COO da Wink

Empreendedores que estão começando a sua jornada, ou que já passaram pela experiência de fundar e desenvolver um novo negócio, conhecem bem a dor de fazer a gestão financeira de sua startup. A agenda parece não ter espaço para tantos compromissos. Em um único dia, você pode começar a manhã discutindo a próxima versão do seu produto, almoçar com o time comercial para entender como estão indo as vendas e finalizar a tarde fazendo 1-1’s com o time, para garantir que a cultura e a visão estratégica da sua startup estão claras para todos.

No meio de tantas atividades e prioridades (que sempre mudam), é comum e até natural que alguns assuntos fiquem em segundo plano. A partir da nossa experiência, acompanhando e interagindo com algumas centenas de startups e scaleups, podemos afirmar que a gestão financeira é um dos assuntos mais negligenciados pelos empreendedores, especialmente os de primeira viagem.

Os motivos para isso são diversos, mas percebemos que alguns deles se repetem com frequência: de um lado, aqueles que classificam esse tipo de atividade como algo “operacional e que pouco contribui para o crescimento do negócio”; e, do outro, aqueles que até entendem a sua importância estratégica, mas que não possuem muita afinidade com o tema e que acreditam que em algum momento do futuro conseguirão “recuperar o tempo perdido”.

Os últimos anos, com todos os seus desafios, foram uma ótima oportunidade para colocar essas crenças em xeque. As empresas que saíram do turbilhão da pandemia melhor do que entraram, foram exatamente aquelas que souberam rapidamente se adaptar à nova realidade. E, nesse contexto, uma boa gestão financeira se mostrou valiosa, a começar pela disponibilidade de caixa para lidar com um cenário tão adverso.

Uma boa gestão financeira, por sua vez, é um elemento importante não apenas em períodos adversos, mas pode ser uma grande alavanca para o crescimento

Para entendermos um pouco melhor como funciona a Gestão Financeira para o Crescimento, podemos explorar um pouco mais as atribuições e responsabilidades que, em geral, são designadas para um executivo de finanças (CFO) em uma startup.

O CFO ocupa um papel fundamental dentro de uma startup, sendo o responsável por monitorar e gerenciar os recursos da organização, garantindo que a empresa faça o melhor uso possível deles – no contexto das startups, esses são recursos, em geral, bastante escassos.

Em meio às suas atividades, três destacam-se como fundamentais: gestão de capital, mitigação de riscos e estratégia do negócio.

Gestão de recursos: captação e uso eficiente do capital

As atividades de um CFO estão diretamente relacionadas aos recursos da empresa. Desta forma, suas funções mais básicas estão atreladas à captação e gestão dos recursos da startup, com o objetivo de que a empresa esteja sempre capitalizada para não apenas honrar seus compromissos, mas para viabilizar um ritmo acelerado de crescimento.

O papel do CFO é garantir que em sua operação a empresa esteja fazendo o melhor uso de seus recursos disponíveis – ao, por exemplo, observar melhores condições de pagamento, recebimento, financiamento, etc. O CFO tem ainda o papel de dimensionar a operação da empresa e seus planos de crescimento, e buscar formas de viabilizá-los por meio dos recursos disponíveis – e captação de novos recursos, via equity ou financiamento, quando necessário.

Gestão de risco

Outro papel importante do CFO está associado à gestão de riscos da startup. Em sua rotina, o executivo financeiro é responsável por monitorar os riscos internos e externos ao negócio, criando ações mitigantes e planos de ação para reduzir a chance de que possíveis impactos afetem o crescimento da startup.

Em termos de gestão de risco, o primeiro olhar do CFO está na mitigação dos riscos internos, que, em geral, são associados ao gerenciamento de controles financeiros, conformidade legal e tributária da empresa.

Após atenuar os riscos internos do negócio, esse executivo parte para avaliar e trabalhar na mitigação dos riscos externos, em geral associados ao contexto econômico geral, a situação financeira de um cliente importante, ao posicionamento de um concorrente direto, etc.

Estratégia do negócio

Uma terceira atividade fundamental do CFO está diretamente associada à estratégia global da empresa.

O CFO desempenha um papel crítico em monitorar constantemente se a startup permanece dentro da estratégia e observar quando esta falha ou atinge um obstáculo — sendo o responsável por reavaliar os recursos disponíveis (saldo de caixa), para que a empresa redesenhe suas estratégias.

Em geral, em startups e scaleups, o CEO da empresa tem um papel visionário, sendo o responsável por “sonhar” o futuro do negócio. O CFO, por sua vez, tem o árduo papel de encontrar caminhos viáveis para transformar esse “sonho” em realidade.

Para garantir o cumprimento das atividades listadas acima, os CFOs precisam estabelecer alguns ritos e rotinas, como:

  1. Criação de um planejamento (orçamento) e acompanhamento comparado da realidade ante o orçamento, verificando como a empresa está se comportando em relação ao planejado e propondo, sempre que necessário, ajustes de rota;
  2. Gestão mais efetiva do fluxo de caixa, que otimize a utilização dos recursos disponíveis e identifique eventuais necessidades de recursos nos meses subsequentes;
  3. Melhor organização das informações contábeis, que facilite o entendimento do negócio e simplifique eventuais processos de due diligence (exigidos por alguns compradores e investidores, antes de uma transação);
  4. Criação de indicadores e métricas-chave, que conectem as finanças à estratégia e demonstrem a evolução da empresa (e o seu amadurecimento) em relação aos seus objetivos de médio e longo prazos;
  5. Desenvolvimento de uma cultura orientada a dados, que valorize o entendimento do negócio através de seus números.

Em suma, é preciso um acompanhamento mais próximo e proativo, para que a gestão financeira possa ser uma das alavancas de crescimento da startup.

Nesse contexto, uma dúvida comum é: eu preciso contratar um CFO para conseguir implementar uma gestão financeira para o crescimento na minha startup?

E a resposta é: Depende!

Em startups ainda em fase de validação, que estão em busca do product-market fit (PMF), as atribuições do CFO são, em geral, distribuídas entre os sócios fundadores – sendo atribuídas ao sócio com mais interesse pela área financeira e/ou ao CEO, em geral apoiado por outros membros do time, como estagiários ou analistas financeiros.

Conforme as empresas começam a acelerar seu crescimento, a contratação de um controller sênior ou de um coordenador financeiro, em adição aos estagiários e analistas financeiros, costuma ser uma boa saída para permitir um amadurecimento da área financeira, sem maiores demandas de tempo dos sócios.

Por fim, quando as empresas passam a imprimir um ritmo de crescimento mais acelerado, havendo disponibilidade de caixa e, ainda mais importante, demandas suficientes para um CFO full-time, a contratação deste executivo passa a fazer sentido.

Nossa experiência, na Wink, indica que essa demanda surge, em geral, quando a startup já tem um faturamento superior a R$ 20 milhões anuais. Esse “melhor momento” dependerá, entretanto, da complexidade da gestão financeira de cada startup – quanto mais complexo, mais cedo será necessário trazer um CFO full-time.

Solução de CFO as a Service

E se eu não tenho as competências e/ou disponibilidade dentro de casa para iniciar a minha gestão financeira para o crescimento, e nem tenho demanda para trazer um CFO full-time, o que posso fazer?

Nesses casos, a nossa recomendação é pela contratação de uma solução de CFO as a Service (CFOaas)

O CFO as a Service é um serviço recorrente que apoia os empreendedores no acompanhamento e gestão estratégica do contábil-financeiro da empresa.

Para startups ainda em estágio inicial, a solução de CFOaaS cumpre papéis importantes:

a) junto aos fundadores: na avaliação e definição das estratégias de captação e uso dos recursos.

b) junto ao time financeiro: na ‘tradução’ das estratégias (definidas junto aos fundadores) em atividades práticas e processos estruturados.

Para startups em ritmo de crescimento acelerado e scaleups, e que já contam com um Controller ou Head de Finanças, a solução de CFOaaS cumpre papéis igualmente importantes:

a) junto aos fundadores: na construção de uma visão mais robusta de sua estratégia de crescimento e, no dia a dia, no acompanhamento dos indicadores de valor que demonstram a execução e evolução rumo às metas traçadas;

b) junto ao Head de Finanças ou Controller: em sua formação (se necessário), na estruturação de melhorias para as rotinas e processos contábil-financeiros, na avaliação e definição das estratégias de captação e uso dos recursos.

Em mais de 3 anos de operação junto a mais de 50 startups e scaleups, pudemos perceber que a solução de CFOaaS é um serviço valioso para empresas de diversos portes (a Wink possui clientes com faturamento anual que vão de aproximadamente R$ 1 milhão até mais de R$100 milhões/ano), entregando uma gestão financeira estratégica com acompanhamento recorrente, bem como planejamento e execução de estratégias de captação de recursos.

Clique aqui para conhecer mais sobre os serviços de CFOaaS da Wink. Tem algum comentário ou pergunta sobre o tema? Compartilhe com a gente!

Ah, e para entender qual o melhor momento para as definições sobre as estratégias de gestão financeira do seu negócio, entre em contato com a gente. O iDEXO está criando uma jornada focada em contribuir para o crescimento consistente e sustentável de startups!